Roberto
Piva (Sao Pablo, Brasil; 1937)
Poema vértigo
Soy un viaje de ácido en los barcos de la noche
Soy un muchacho que se masturba en la montaña
Soy un tecno pagano
Soy el Reich, Ferenczi & Jung
Soy el Eterno Retorno
Soy una floresta virgen de muchachas convulsivas
Soy un platillo volador tatuado
Soy un muchacho Casa Grande y una muchacha Senzala
Soy una orgía con un muchacho alabado y su novia de
vagina colorida (él vestía la braga de ella & bailaba como Shiva en mi
cuerpo)
Soy un nómada de Orgonio
Soy una isla de terciopelo
Soy una invención de Orfeo
Soy los ojos pescadores
Soy el tambor del chamán (& el chamán cubierto de
pieles de andrógino)
Soy un beso de Uranio de Al Capone
Soy una ametralladora en estado de gracia
Soy Pomba Gira del absoluto
(Ilha Comprida, 91)
Traducción: Minerva Reynosa
Poema vertigem
Eu sou a viagem de ácido
nos barcos da noite
Eu sou o garoto que se masturba
na montanha
Eu sou o tecno pagão
Eu sou o Reich, Ferenczi &
Jung
Eu sou o Eterno Retorno
Eu sou o espaço cibernético
Eu sou a floresta virgem
das garotas convulsivas
Eu sou o disco-voador tatuado
Eu sou o garoto e a garota
Casa Grande & Senzala
Eu sou a orgia com o
garoto loiro e sua namorada
de vagina colorida
(ele vestia a calcinha dela
& dançava feito Shiva
no meu corpo)
Eu sou o nômade de Orgônio
Eu sou a Ilha de Veludo
Eu sou a Invenção de Orfeu
Eu sou os olhos pescadores
Eu sou o Tambor do Xamã
(& o Xamã coberto
de peles e andrógino)
Eu sou o beijo de Urânio
de Al Capone
Eu sou uma metralhadora em
estado de graça
Eu sou a pomba-gira do Absoluto
(Ilha Comprida, 91)