lunes, 7 de mayo de 2018

Roberto Piva (Sao Pablo, Brasil; 1937)

Poema vértigo

Soy un viaje de ácido en los barcos de la noche
Soy un muchacho que se masturba en la montaña
Soy un tecno pagano
Soy el Reich, Ferenczi & Jung
Soy el Eterno Retorno
Soy una floresta virgen de muchachas convulsivas
Soy un platillo volador tatuado
Soy un muchacho Casa Grande y una muchacha Senzala
Soy una orgía con un muchacho alabado y su novia de vagina colorida (él vestía la braga de ella & bailaba como Shiva en mi cuerpo)
Soy un nómada de Orgonio
Soy una isla de terciopelo
Soy una invención de Orfeo
Soy los ojos pescadores
Soy el tambor del chamán (& el chamán cubierto de pieles de andrógino)
Soy un beso de Uranio de Al Capone
Soy una ametralladora en estado de gracia
Soy Pomba Gira del absoluto
(Ilha Comprida, 91)

Traducción: Minerva Reynosa

Poema vertigem

Eu sou a viagem de ácido
  nos barcos da noite
Eu sou o garoto que se masturba
  na montanha
Eu sou o tecno pagão
Eu sou o Reich, Ferenczi & Jung
Eu sou o Eterno Retorno
Eu sou o espaço cibernético
Eu sou a floresta virgem
  das garotas convulsivas
Eu sou o disco-voador tatuado
Eu sou o garoto e a garota
  Casa Grande & Senzala
Eu sou a orgia com o
  garoto loiro e sua namorada
  de vagina colorida
  (ele vestia a calcinha dela
  & dançava feito Shiva
  no meu corpo)
Eu sou o nômade de Orgônio
Eu sou a Ilha de Veludo
Eu sou a Invenção de Orfeu
Eu sou os olhos pescadores
Eu sou o Tambor do Xamã
  (& o Xamã coberto
  de peles e andrógino)
Eu sou o beijo de Urânio
  de Al Capone
Eu sou uma metralhadora em
  estado de graça
Eu sou a pomba-gira do Absoluto

(Ilha Comprida, 91)

No hay comentarios:

Publicar un comentario